AEPGA

 

A conservação de uma raça autóctone implica a manutenção das características que figuram no seu estalão, como seja a altura mínima e máxima dos indivíduos, a cor e o comprimento da sua pelagem, entre outras particularidades morfológicas. Porém, esta abordagem é insuficiente quando pretendemos garantir a saúde dos animais e a viabilidade futura da própria raça.

Ao contrário das espécies selvagens, que se reproduzem livremente, possuindo mecanismos naturais que diminuem a consanguinidade e mantêm a diversidade genética, a reprodução dos animais domésticos depende das decisões dos seus proprietários.

Com o objectivo de garantir a diversidade genética do Burro de Miranda e apoiarmos os criadores da raça na selecção dos animais reprodutores, a AEPGA e o CIBIO/InBIO têm vindo a colaborar num estudo de caracterização genética.

Entre 2005 e 2020 foram colhidas e identificadas geneticamente no CIBIO/InBIO mais de 1400 amostras de burros de Miranda. Com base na informação disponível, a AEPGA selecionou 136 indivíduos, incluindo 54 machos e 82 fêmeas, que foram utilizados no estudo acima referido.

Os resultados obtidos para os diferentes parâmetros estudados na raça Asinina de Miranda evidenciam que a população tem sido gerida de forma a assegurar a manutenção da sua diversidade. No geral, a diversidade genética observada nos burros de Miranda é semelhante à de outras raças de burros, nomeadamente as raças espanholas Andaluza, Catalana e Zamorano-Leonesa. Por outro lado, não foram observados indícios de estruturação genética no seio da população de burros de Miranda, donde se infere uma correta gestão reprodutiva efetuada pelos seus criadores.

Preparámos uma versão infográfica deste estudo, facilitando a leitura do respetivo relatório técnico para todos os interessados que sejam leigos nesta matéria.

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