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Burros atuam na proteção das florestas mistas de zimbro
Uma das missões da AEPGA, no âmbito das ações que desenvolve em conjunto com o Grupo Nordeste, é a proteção de um habitat prioritário e raro: as florestas mistas de zimbro (Juniperus oxycedrus), azinhal (Quercus rotundifolia) e sobreiral (Quercus suber).
Para protegermos este habitat, que ocorre apenas em alguns locais da bacia hidrográfica dos rios Douro e Tejo, contamos com o precioso apoio de seis Burros de Miranda: Pretinho, Mafarrico, Lázaro, Miró, Branco e Escalhão.
Estes animais ajudam-nos a diminuir a carga de vegetação inflamável na faixa de redução de risco de incêndio que, como o próprio nome indica, é uma zona gerida de forma a criar descontinuidade e uma oportunidade de combate aos incêndios florestais junto do habitat prioritário.
Para acompanharmos o impacto dos burros no local, temos vindo a aplicar alguns métodos que nos permitem quantificar o biovolume de vegetação e o número de espécies de flora presente na área onde estão os burros, comparando estes dados com os obtidos numa área controlo, num espaço exterior contíguo à vedação onde estão os animais.
Até ao momento, os resultados são promissores, nomeadamente na redução da vegetação herbácea, que se encontra muito reduzida na área onde estão os burros.
A utilização de herbívoros no controlo de vegetação arbustiva com grande potencial inflamável apresenta diversas vantagens relativamente ao corte mecânico. Efetivamente, a pressão de herbivoria exercida por animais de grande porte como os burros, conduz a uma redução da massa vegetal no terreno, uma vez que a combinação do pisoteio com a ingestão dos rebentos na Primavera diminui o crescimento da vegetação herbácea.
É relevante salientar que nos hábitos alimentares dos asininos estão incluídos matos como a esteva, as silvas, as giestas e a carqueja. Outra enorme vantagem prende-se com o facto de a intervenção ser possível em locais rochosos e inóspitos, de difícil acesso por meios mecânicos, como os lagarteiros.
Existem ainda vantagens ecológicas, visto que a pressão exercida pelos animais é gradual, com efeitos positivos na fauna e flora locais.