AEPGA

Sons & Ruralidades - Festival de Ecologia, Artes e Tradições Populares - IX edição

19 a 21 de Setembro de 2014

 

Apresentação do livro+CD São Pedro do Sul: Novas Escutas Rurais, por Luís Gomes da Costa

As composições sonoras incluídas no CD resultam de uma agregação territorial de sons captados em outras tantas sub-áreas geográficas do concelho de São Pedro do Sul (terras da Arada, terras do Baroso, terras de São Macário e terras do rio Vouga) e de uma escolha de excertos sonoros assente numa metodologia narrativa-poética e, paralelamente, na criação de interlúdios usando técnicas eletroacústicas, nomeadamente de síntese granular. Os textos que acompanham o CD remetem para o universo da escrita automática, enquanto forma de expressar impressões sensíveis análogas à da própria composição sonora, entrecruzando memórias da experiência de gravação, comentários às vozes escutadas e breves informações contextualizadoras de cada universo geográfico e antropológico.


Luís Costa (n. 1968). Presidente da Binaural/Nodar. Curador, programador, arquivador e artista sonoro/vídeo. Desde 2006 é o coordenador de Nodar Rural Art Lab, um espaço de pesquisa em Media Arts na aldeia rural de Nodar, onde mais de uma centena de artistas e pesquisadores já foram acolhidos. Coordena o Arquivo de Memória de Dão-Lafões e Paiva, um projeto multimédia de pesquisa, catalogação e mapeamento da memória coletiva de territórios de montanha. Dirigiu o documentário experimental "Onde nasce o meu Paiva?", que estreou em 2011 durante o Festival Paivascapes # 1. Enquanto artista sonoro lançou em 2011 juntamente com artista sonoro Inglês Jez riley French o CD "Sonata para Clarinete e Nodar". Em 2011, co-editou o CD catálogo e duplo "Três Anos em Nodar - Práticas Artísticas em Contexto Específico no Portugal Rural".


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Cinema na aldeia - Documentário “Sons do Rural”, de Tiago Dias dos Santos
http://binauralmedia.org/news/pt/arquivo/7545

As residências artísticas enquanto situações de criação artística permitem um intercâmbio de experiências, vivências e conhecimento entre diversas pessoas, com diferentes antecedentes. O trabalho artístico é diretamente afetado no contacto com a comunidade, enquanto que os artistas são influenciados pela população com que interagem. Sons do Rural aborda esta questão, utilizando como exemplo a residência Divina Sonus Ruris, desenvolvida nas aldeias de Sul e Macieira (ambas no concelho de São Pedro do Sul) pela Binaural/Nodar em Abril de 2013, onde são exploradas os diferentes pontos de vista da comunidade, artistas e associação.


Tiago Dias dos Santos é licenciado em Tecnologia da Comunicação Audiovisual, com especialização em Fotografia, pelo Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo e mestre em Multimédia pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tendo o documentário Sons do Rural feito parte da sua dissertação final de mestrado, a qual teve a orientação do Prof. Miguel Carvalhais.

Co-produção: Binaural/Nodar e Mestrado em Multimédia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Com Antony Lyons, David Prior, José Almeida, Luís Costa, Manuela Barile

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Observação astronómica

André Nóvoa e André Martinho convidam-nos a descobrir o céu do Planalto, através da observação de astros a olho nu e telescópio.

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Passeio sonoro ao longo do rio Angueira

Coordenação: Binaural/Nodar - Luís Gomes da Costa
http://binauralmedia.org/

A Binaural/Nodar propõe um exercício de escuta atenta de uma paisagem específica enquanto articulação de aspectos geográficos e intervenções humanas, num momento temporal único. A partir de um conjunto de instruções iniciais de ativação sensorial os participantes serão convidados a trilhar a paisagem ribeirinha do rio Angueira e a tornar a sua experiência num denso feixe de impressões, interpretações e memórias. O passeio sonoro será gravado usando diferentes microfones para posterior partilha com os participantes, criando-se assim um postal sonoro irrepetível.


O rio Angueira ou Ribeira de Angueira é um rio internacional que nasce em Espanha perto da vila de Alcanizes. No seu percurso até desaguar no Sabor, entrando em Portugal em São Martinho de Angueira, freguesia do concelho de Miranda do Douro, atravessa, depois, o concelho de Vimioso, passando por Angueira, Serapicos, São Joanico, Campo de Víboras, Uva e Algoso (da Wikipédia).


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Mesa-redonda “O mundo rural: fonte de conhecimento científico”

Oradores a confirmar

Este ano, propomos debater o tema do mundo rural como fonte de conhecimento científico: pretendemos partir de exemplos concretos para demonstrar a importância deste objecto e/ou meio de estudo para diversas áreas de investigação, pondo a hipótese de se tratar de um caminho mais sustentável e integrado do que algumas das soluções que têm sido mais frequentemente apontadas, como o turismo ou o apoio ao empreendedorismo.


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Teatro - "O Guardião do Rio", pela companhia Palmilha Dentada
https://vimeo.com/48947316

Um rio — conta-nos o empolgado protagonista — é uma entidade caprichosa e poderosa, capaz de irrigar campos, mas também de arrasar tudo no seu caminho. Uma barragem pode moldar-lhe o feitio e proteger a Aldeia de Baixo. Mas, dilema, se retiver demasiada água arrisca-se a inundar a Aldeia de Cima. Para o evitar, os anciões dos dois povoados, numa conversa diplomática com civilizadas evocações de cachaporra, criaram o cargo de Guardião do Rio, função que consiste em fixar atentamente, vinte e quatro horas por dia, o nível da água e abrir a torneira ao mínimo sinal de cheia. Não é uma profissão tecnicamente difícil, mas é muito absorvente, muito, muito solitária. O Guardião não pode ausentar-se. Não pode, por exemplo, deixar de espreitar a estaca graduada no meio da água enquanto observa as idas e vindas da Rosa para a barrela da roupa. Não pode, com mágoa sua, deslocar-se para a catrapiscar de mais perto. Nem pode fazer nada, a não ser consumir-se de raiva, quanto às investidas concorrenciais de tipos com profissões menos exigentes. Solitário, celibatário, amargurado, eis o Guardião do Rio. Um tipo esquecido no seu posto, atormentado por carências, a entreter-se a si próprio. Um tipo que tem de puxar pela imaginação para conseguir manter alguma conversa. Tem de puxar tanto pela imaginação que talvez não sejam conversas mas alucinações o assunto que traz à margem do rio o Dr. Frederico, especialista (por experiência própria) em perturbações da personalidade. O Guardião do Rio não pode ser censurado por excessiva criatividade na sua narrativa. Quando inventaram o cargo, não lhe disseram quanto nesta história podia ser inventado e quanto tinha de ser real. Se alguma coisa o tinha de ser. “O Guardião do Rio” é um divertido exercício de esquizofrenia possibilitado pela convivência de marionetas e actor. Mas a manipulação talentosa de Ivo Bastos faz-nos estranhar que no fim apenas um intérprete venha à boca de cena para os agradecimentos*. 
Aquela gente existe!

Ficha Artística
Texto e encenação de Ricardo Alves
Interpretação de Ivo Bastos 

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Concerto - Tv Rural
http://tvrural.bandcamp.com/

Para quem ainda não os conhece, pode em resumo dizer-se que são um dos nomes mais fortes do Rock de influência popular portuguesa, indissociáveis da génese deste género que voltou a ganhar expressão nesta década. Um dos seus últimos trabalhos, “A Balada do Coiote”, é prova disso, um álbum forte e consistente que mostra como a originalidade consegue beber inspiração na riqueza tradicional da nossa música. Passe o atrevimento, pensamos que aqui se encontram os herdeiros Rock do legado da canção de intervenção das décadas de 60 e 70, que tanto fizeram pela cultura portuguesa. (texto da Mamut)


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Concerto - Sopa de Pedra
https://pt-pt.facebook.com/cantaressopadepedra

Sopa de Pedra é o espaço onde partilhamos o gosto por cantares tradicionais e, a dez timbres, a vontade de os re-interpretar.
O nome surge da historia da Sopa de Pedra contada de boca em boca - partindo de uma pedra, quando cada um dá o seu ingrediente, surge uma sopa diferente a cada vez que é feita. Tal como esta sopa, o nosso percurso como grupo começa com uma base simples (uma pedra, uma tradição, um cantar), e multiplica-se em inúmeras vozes, versões e receitas, havendo sempre espaço para mais um à mesa.